Design gráfico como curadoria: o que você escolhe mostrar importa mais do que nunca
- Luisa Sá
- 22 de ago.
- 2 min de leitura
Nunca se produziu tanto material visual quanto agora. São projetos, referências, ferramentas, estilos e tendências surgindo o tempo todo, o que, à primeira vista, parece positivo. Mas o excesso também traz um problema: ele diminui a nitidez. Quando tudo quer chamar atenção ao mesmo tempo, pouca coisa de fato comunica.
É nesse cenário que o designer gráfico ganha uma função cada vez mais estratégica: a de curador visual. Mais do que saber criar algo bonito ou funcional, ele precisa saber escolher. Projetar não é só construir, é filtrar, editar, recusar.

Design como filtro: menos sobre o novo, mais sobre o certo
O trabalho gráfico não é mais (apenas) sobre gerar impacto visual. É sobre gerar sentido. E isso exige critério: quais elementos realmente contribuem para a mensagem? O que está ali só por costume? O que pode ser retirado sem perda?
Quando o designer atua como curador, ele evita decisões impulsivas, estéticas genéricas ou projetos que apenas seguem o que “está funcionando”. Ele observa o contexto, estuda o conteúdo e organiza a forma com intenção.
Isso não significa criar menos, significa criar com mais foco. E isso se reflete em tudo: identidade visual mais coesa, layout com leitura fluida, linguagem gráfica alinhada ao posicionamento da marca. O designer que atua com esse olhar não entrega um visual, entrega direção.
O excesso enfraquece, o critério fortalece
Num mundo em que todo mundo está olhando para os mesmos lugares, saber o que evitar é tão importante quanto saber o que usar. Não se trata de “fazer o básico bem feito”, e sim de entender o essencial do projeto e entregar uma solução visual que se sustenta com clareza.
Esse tipo de trabalho exige repertório, mas também uma postura crítica: não cair na armadilha do visual fácil, nem na repetição de fórmulas. Quem atua como curador no próprio processo entrega mais do que estética, entrega posicionamento.
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