O que o design contemporâneo tem a aprender com o Neobrutalismo?
- Daiane Kaczan
- 21 de abr.
- 2 min de leitura
Em um tempo onde o design se move entre o excesso e a superficialidade, o neobrutalismo ressurge como um lembrete essencial: a forma pode ser crua, o espaço pode ser honesto — e isso não diminui sua força, apenas a revela. Para o designer contemporâneo, ele é mais do que uma estética: é um posicionamento.

O valor da imperfeição: design que não pede desculpas
O neobrutalismo não quer agradar — ele quer provocar. E isso exige coragem. A coragem de expor o concreto, o tijolo, o aço. De assumir a imperfeição como narrativa. De tirar o adorno e deixar que a função fale por si.
Designers que abraçam esse movimento entendem que o belo pode (e deve) coexistir com o bruto. A textura do concreto aparente, o traço reto e sincero, o espaço sem maquiagem — tudo isso carrega uma força quase primitiva, mas altamente refinada quando intencional.
A função como expressão
Não se trata de criar menos, mas de criar com propósito. No neobrutalismo, a estética surge da função. O volume não está ali por vaidade, e sim por necessidade. A luz entra como escultura. A sombra vira composição.
Esse é o ponto-chave para o design atual: parar de tentar seduzir o olhar e começar a provocar sensações. O ambiente não precisa ser “instagramável”; ele precisa ser memorável. E memorável é tudo aquilo que rompe o previsível.
O impacto da honestidade nos espaços
Num mundo onde tudo é filtrado, o que é verdadeiro se destaca. O neobrutalismo entende isso. Ele entrega ao observador uma experiência sem véus: o que você vê é o que realmente está ali.
E, ao contrário do que muitos pensam, isso não gera frieza — gera conexão. Quando bem conduzido, esse brutalismo contemporâneo cria aconchego não pela suavidade, mas pela presença. Ele acolhe porque é real.
O designer como autor, não replicador
O maior ensinamento do neobrutalismo talvez seja esse: pare de seguir fórmulas. Comece a criar com mais verdade. Deixe a técnica servir ao conceito — e não o contrário. O mundo já tem profissionais suficientes que replicam tendências. Faltam autores.
Se você quer imprimir presença no seu design, precisa fazer escolhas com intenção. E o neobrutalismo, com sua radical honestidade, pode ser o ponto de partida ideal.
Comentários